quinta-feira, 31 de março de 2016

Dilma: ‘No passado chamaram de revolução, hoje tentam dar um colorido democrático ao golpe’

Quinta-feira, 31 de março de 2016 às 13:12   (Última atualização: 31/03/2016 às 14:49:36)


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Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
“São as milhares de Jéssicas que irão mudar radicalmente a desigualdade no Brasil”. Essa foi uma das frases ditas pela presidenta Dilma Rousseff no início da tarde desta quinta-feira (31), durante encontro com intelectuais e artistas em defesa da democracia, no Palácio do Planalto. Dilma referia-se à personagem do filme “Que horas ela volta?”, da diretora Anna Muylaert, em que a filha de uma empregada consegue ter acesso à universidade, ascende socialmente graças aos programas sociais que vêm sendo implantados desde o primeiro governo Lula.
“Rompemos com a lógica de fazer o bolo crescer para depois repartir. O fim da miséria é só um começo”, disse Dilma.
A presidenta criticou duramente as tentativas de derrubar o seu mandato por meio de um processo de impeachment sem um crime de responsabilidade comprovado, e ressaltou que golpes podem receber diversos nomes. “Em 64 foi a forma militar. Agora está havendo a ocultação com processos aparentemente democráticos. Se no passado chamaram de revolução, hoje tentam dar um colorido democrático a um golpe que não tem base legal”.
Ela lembrou também que o processo de impeachment só foi aberto depois que o governo se recusou a orientar deputados da base a votarem contra o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do cargo. “A partir de um determinado momento o presidente da Câmara entra com pedido de impeachment, porque o governo se recusou participar de qualquer farsa na Comissão de Ética que o julgava
O clima de animosidade instalado no País, segundo Dilma, não vai ajudar a superar as dificuldades que o Brasil enfrenta. “Temos várias coisas sendo feitas. Continuamos funcionando a todo vapor, mas sem estabilidade política, é como se a gente se esforçasse e as coisas não andassem”, criticou antes de explicar que, por isso, barrar o golpe é fundamental para a retomada do crescimento econômico.
Essa unidade que nós construímos em torno do não vai ter golpe. Ela também vai ser uma das pedras fundamentais da retomada de crescimento e da construção de uma sociedade melhor“.
A presidenta ainda condenou a intolerância entre pessoas de diferentes grupos políticos e citou, como exemplo, o caso de uma médica que se recusou a atender um paciente por conta da ligação dele com um partido político. “Não pode ocorrer. O Brasil não pode ser cindido em duas partes. As pessoas não podem ser estigmatizadas por aquilo que pensam. Nós temos que lutar para superar esse momento e voltar a crescer e criar na nossa sociedade um clima de união”.

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